Depreciação de veículos: é possível manter um carro sempre como novo?
É clichê, mas sabemos que os brasileiros são apaixonados por carros. Seja zero quilômetro, seminovo ou usado, a paixão faz com que as pessoas tentem cuidar ao máximo do seu possante.
Esse zelo se faz ainda mais necessário quando consideramos que a depreciação de veículos ocorre desde o momento que eles saem das lojas.
Por isso, neste artigo vamos dar algumas dicas fundamentais para minimizar os efeitos negativos da desvalorização de um veículo e mantê-lo sempre com boa aparência e funcionando como um novo.
O que é a depreciação de veículos?
A depreciação de um veículo acontece de forma mais rápida do que de outros bens. Ela se relaciona com uma série de fatores, que começam a partir da aceitação de um veículo no mercado, até o reconhecimento e a confiança na marca que o fabricou.
Há ainda fatores relacionados aos custos de manutenção, à durabilidade das peças e também às condições de uso, um ponto fundamental. Necessariamente os carros mais vendidos de cada categoria enfrentam um processo menor de depreciação.
Carros que vendem um pouco menos, que possuam um design pouco atraente,que apresentam dificuldades de encontrar peças de reposição, por exemplo, perdem bastante valor com o avançar do tempo.
Assim como os gastos com impostos, com estacionamento, com combustível e outras despesas relacionadas a um carro, a desvalorização natural também deve ser considerada.
Por se tratar de uma despesa relacionada à condição de mercado e do valor de uso, a depreciação de um carro deve ser lembrada em todos os momentos, não só quando ele está prestes a ser vendido.
Como calcular a depreciação?
Para entender como a depreciação interfere no valor de um veículo observe o valor médio de mercado que ele possui.
Esses dados são facilmente encontrados em sites especializados em vendas de veículos e também por meio da tabela FIPE, utilizada para basear os preços dos seguros dos modelos e que estima o valor médio de determinado veículo considerando todas as suas características.
A desvalorização no primeiro ano de um automóvel se aproxima de 20% do valor de um modelo zero quilômetro e cai gradativamente nos anos seguintes, até se aproximar de 5% a partir do quarto ano. Porém, os valores podem variar por conta do modelo e da procedência do veículo.
Na medida em que o carro fica mais velho, os atributos para medir a depreciação do veículo mudam. O que passa a valer é o estado de conservação do modelo, a quilometragem, a quantidade de proprietários e até mesmo o local onde ele foi emplacado pela primeira vez.
Existe relação entre a depreciação e o IPVA?
Antes de adquirir qualquer automóvel é possível saber o valor que será pago de IPVA, o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores. A cobrança desse tributo varia em cada estado, mas corresponde em média a 4% do valor de mercado dos automóveis.
Em relação a utilitários, como picapes, o imposto pode ficar em torno de 2%. Ou seja, quanto mais novo, mais caro é o imposto. Quanto mais antigo o modelo, mais barato o IPVA vai ser.
Em alguns estados estuda-se a possibilidade de inverter esta lógica, para fazer com que as pessoas troquem de automóvel com uma frequência maior. Sendo assim, essa lógica entre a depreciação e o IPVA seria dada de forma mais pesada para quem possui um carro mais antigo.
Importados x Nacionais
Os carros importados apresentam mais dificuldades para serem mantidos. Por isso, desvalorizam mais rápido no mercado. As peças, incluindo as mais básicas, tem preços elevados e algumas nem sempre estão disponíveis para no estoque das lojas.
Por outro lado, carros nacionais de entrada e com baixa quilometragem tem menor desvalorização. Esses automóveis possuem um amplo estoque de peças, facilidade de manutenção e resistência a quebras. Tais características contribuem para uma menor perda de valor no mercado.
Carros de colecionadores
Por mais que a depreciação de um veículo aconteça, há exceções, principalmente em relação aos carros mais antigos e que se encontram em excelente estado de conservação. Em alguns casos, o veículo pode permanecer valorizado mesmo tendo saindo de linha há muitos anos.
Contudo, tal valorização acontece por conta do marco histórico que determinados modelos representaram quando estavam em produção, ou por meio de edições exclusivas que saíram das montadoras. Nesses casos, a depreciação praticamente não existe ou, quando ela existir, ela será diferenciada em relação a carros mais novos fabricados em série. Assista um video interessante sobre restauração de um Passat aqui.
Carros acidentados e batidos
Ninguém gostaria de passar pela situação que vamos tratar a seguir. Em muitos casos, diversos modelos são comercializados com valor bem abaixo da tabela por terem passado por algum tipo de acidente e, por isso, foram recuperados para voltar ao mercado.
Ao adquirir um veículo fique atento à procedência. Se possível, pague por um serviço de vistoria veicular para eliminar qualquer chance de estar pagando muito barato por um carro que já sofreu acidentes, que teve remarcações de chassi ou que já teve uma retífica no motor. Nesses casos, fique sabendo que o barato pode sair muito caro e a possibilidade de você perder dinheiro em um carro que não possui nenhuma qualidade é grande.
Cuidados com a manutenção
A manutenção preventiva é um item essencial para evitar a depreciação de um veículo e o ajuda mantê-lo como novo. Para avaliar as condições de conservação de um veículo é necessário observar fatores relacionados à todas as estruturas que o compõe. Vamos identificar alguns destes aspectos?
Cuide da lataria
As partes externas do carro estão sempre expostas à chuva, sol forte, queda de galhos, riscos, batidas e amassados. Um dos segredos para manter a aparência do carro como nova está no cuidado com a parte externa do veículo.
Não deixe o carro ao relento
Quanto menos exposição aos raios solares, melhor será para a pintura do seu veículo. Procure estacionar na sombra, em garagens e estacionamentos cobertos para evitar a exposição prolongada aos raios solares. Carros que ficam expostos às variações do tempo constantemente, precisam ser encerados pelo menos a cada três meses.
Faça retoques
Para não depreciar o veículo, retoque arranhões, queimaduras na lataria entre outras falhas que surgem ao longo do tempo na pintura em oficinas especializadas. Evite também deixar que combustíveis, óleos e fezes de aves caiam sobre a pintura e permaneçam por muito tempo, pois elas podem corroer a tinta do carro.
Invista em polimento e enceramento
Tenha cuidado ainda quando for levar o carro para polir e para encerar. Os carros com cores escuras ficam com as marcas dos movimentos circulares do polimento de forma bastante pronunciadas.
Tenha cuidado ao lavar
Detergentes neutros são os produtos mais adequados para realizar a lavagem de um veículo. Já nas lavagens à seco, tenha atenção às grandes esfregadas que possam interferir na qualidade da pintura ou da lataria.
O ideal é começar a lavar o carro do teto para o piso. Assim, a sujeira vai descer pela lataria. Caso um carro seja lavado no sentido contrário, a esponja utilizada para esfregar o carro pode pegar alguma poeira ou partícula que possa riscar a lataria.
Parte mecânica
Para manter um carro sempre novo é preciso contar com um motor sempre em ordem. Vamos citar algumas dicas de como fazer isso a seguir!
De olho no motor
Monitorar as condições de funcionamento do coração do carro pode ajudar a evitar problemas. Por isso vale a pena observar algumas anormalidades como:
- aumento no consumo do óleo do motor e também de combustível;
- presença de estalos metálicos quando o motor está em funcionamento;
- variações anormais de temperatura;
- diminuição de potência, dificuldade de retomada e perda de potência;
- saída de fumaça branca pelo escapamento.
Vale trocar o motor?
Quando um carro passa muito tempo com o mesmo dono, às vezes, é necessário realizar procedimentos de retífica ou até mesmo a troca do motor.
Para manter a originalidade e também diminuir a depreciação do carro, a substituição do motor só compensa em situações muito específicas, quando o dono do carro deseja valorizar ainda mais o bem que está em sua posse.
E quanto à retífica?
Retificar um motor é mais em conta do que a substituição e também vale para os apaixonados por um carro só, mas também pode significar que o dono cuidou mal da manutenção.
Por conta desse detalhe, a depreciação do carro será maior e você terá de pensar se compensa repassar o veículo ou permanecer com ele por mais tempo.
Cuidado sempre
Por conta desses aspectos sempre reforçamos que é importante realizar as manutenções preventivas relacionadas ao motor do carro. Faça as trocas regulares do óleo, dos filtros e também monitore a condição da correia dentada, se for o caso do seu automóvel. A observação periódica desses detalhes é importante para aumentar o tempo de vida do carro e também manter o veículo valorizado no mercado.
Combustível
Para garantir a manutenção do seu carro em ordem, desconfie sempre da qualidade do combustível. Os postos de gasolina têm instrumentos capazes de mostrar a qualidade da gasolina, do etanol e do diesel comercializado.
Por isso, fique atento. É melhor abastecer com combustível comum em um posto de confiança do que utilizar o combustível premium de um posto que não tenha a bandeira de alguma petrolífera ou que tenha um valor muito abaixo do mercado.
Para identificar possíveis problemas com combustível duvidoso, fique atento a mudanças no ronco do motor, a engasgos durante as acelerações entre outros comportamentos adversos. Isso pode ser sinal de um combustível ruim e pode dar muita dor de cabeça com a manutenção do seu carro.
Pneus
Cuide dos pneus para evitar problemas no sistema de suspensão do veículo. Cuide da calibragem e também observe o grau de desgaste da banda de rodagem. Pneus calibrados acima do valor normal apresentam muito desgaste no centro, enquanto os que possuem calibragem abaixo apresentam desgaste nas laterais.
Confira o alinhamento e o balanceamento das rodas, que são importantes para minimizar o desgaste do veículo como um todo. É importante cuidar bem desses detalhes para valorizar o seu automóvel.
Correias
O motor do carro possui diversas correias. Do motor, do ar condicionado, do alternador, da direção etc. Sempre que solicitar uma manutenção no veículo, peça para que o mecânico observe o estado delas.
Caso uma correia apresente rachaduras, é sinal de ressecamento da peça. Verifique se elas também não diminuíram de espessura. Caso alguma delas se rompa, isso pode travar o elemento que ela ajuda a se mover e aumentar as despesas para consertar muito mais peças do que o necessário.
Velas
O sistema de ignição e de alimentação do motor precisam estar sempre em ordem para evitar problemas e gastos desnecessários. Os principais sintomas de velas desgastadas e problemáticas são observados quando dar a partida no carro se torna uma tarefa difícil, quando o carro fica menos potente e a aceleração começa a falhar. Ao realizar a manutenção das velas, observe também os seus respectivos cabos.
Óleos e fluidos
Observe sempre se os reservatórios de óleo, se os aditivos de arrefecimento e os níveis de água do limpador de para-brisas estão dentro dos limites estabelecidos nos respectivos recipientes.
Caso você tenha dificuldade para analisar esses níveis, aproveite os momentos em que você está abastecendo o seu carro e peça ajuda de um frentista para observar as condições dos líquidos que são necessários para fazer o seu carro funcionar com o máximo de precisão.
Parte elétrica
Verifique o estado da bateria, dos cabos que estão ligados a ela e observe as luzes que se acendem no painel do veículo para identificar o funcionamento normal do sistema elétrico. Confira também os fusíveis, o motor de arranque e o alternador.
Bateria
As baterias modernas duram muito mais do que as de antigamente. As baterias seladas duram de dois a três anos, enquanto as baterias que não eram seladas precisavam realizar várias recargas do líquido condutor durante sua vida útil.
Isso é muito bom para o motorista, que pode contar com mais confiança e diminuir sua atenção às manutenções preventivas. Porém, há que se prestar bastante atenção à durabilidade da bateria, para que a troca seja feita no momento certo e evitar transtornos na hora de funcionar o carro.
Coloque-a para funcionar
Quando o carro está desligado, a bateria permanece em stand by. Porém, quando o motor é acionado ela passa a ganhar mais resistência.
Se o uso do seu veículo for menos intenso, ligue-o e o deixe funcionar por alguns minutos antes de ligar os componentes elétricos do veículo.
Quando o carro fica muito tempo estacionado em uma garagem ele pode demorar mais tempo para religar, justamente pelo tempo de inatividade da bateria ter sido elevado.
Alternador
O alternador tem o trabalho de realimentar a bateria para que ela forneça energia. Caso não houvesse o alternador, a bateria só funcionaria com a sua energia acumulada e ela duraria muito menos. Por isso, é importante ligar o motor periodicamente e fazer com que ele também entre em funcionamento.
Os principais elementos a serem observados na manutenção do alternador são a correia e as polias. Os sintomas apresentados pelo carro quando uma dessas partes aparenta ter problemas são ruídos, oscilações na iluminação interna de painéis e lâmpadas espia, além de dificuldade para dar a partida no carro.
Boas práticas ao volante
Outro fator que influencia na depreciação de um carro está ligado também ao comportamento do motorista na direção. Pequenos hábitos, muitas vezes feitos de forma involuntária, podem aumentar o desgaste de peças e acessórios. Rever essas práticas podem contribuir para a conservação de elementos essenciais.
Economize embreagem
Deixar o pé esquerdo sobre a embreagem pode parecer cômodo, mas com o passar do tempo, ela pode se desgastar de forma prematura, além de provocar interferências negativas no consumo do carro.
Em subidas, sobretudo as mais íngremes, não tenha receio de utilizar o freio de mão para auxiliar na arrancada do veículo. O desgaste da embreagem é ainda maior quando se realiza o controle do carro ao acioná-la.
Poupe os freios
Toda vez que você freia bruscamente, uma parte da pastilha vai embora de forma desnecessária no contato dela com o disco de freio.
Economize nos gastos com o sistema de frenagem do carro adotando estratégias simples, como desacelerar aos poucos quando um semáforo estiver fechado ou pressionar o pedal de freio de forma gradativa até que o carro pare.
Não coloque o câmbio em ponto morto para descer morros e ladeiras. Por conta da inércia só o freio será utilizado para parar o carro. Com o carro engrenado em uma marcha reduzida, o motor complementará a função dos freios.
Mantenha as mãos ao volante
O código de trânsito estabelece que o motorista deve guiar com as duas mãos no volante. Porém, vários possuem o vício de apoiar a mão direita na alavanca do câmbio.
O peso da mão sobre a alavanca do câmbio contribui para o desgaste prematuro do trambulador, de engrenagens e de anéis a ele conectados, forçando o mecanismo do conjunto. Isso pode gerar dificuldades na troca de marchas em médio e longo prazos.
Leia o manual do proprietário
O manual do proprietário é um importante indicativo da conservação e das condições de originalidade de um carro. Ele oferece um histórico da manutenção e das revisões realizadas, além de indicar a quilometragem que do veículo, garantindo também a procedência. É um documento que traz informações importantes para ajudar na hora de fazer algum tipo de intervenção.
Invista em peças de qualidade
Uma das chaves para garantir a manutenção adequada e diminuir a depreciação do veículo é adquirir peças originais, de confiança e de qualidade.
A Nakata possui ampla disponibilidade de peças de reposição voltadas para vários automóveis de diversas marcas produzidos no Brasil. Ter peças de qualidade no seu carro é um dos pressupostos para garantir a durabilidade e aumentar o valor de mercado do seu possante no momento de uma revenda.
Além do mais, o uso de peças originais é benéfico para o carro, para seu dono e também para os passageiros. A qualidade e durabilidade são maiores do que em relação às peças paralelas valorizam o carro, pois não demandam idas frequentes às oficinas.
As peças originais têm garantia de fábrica, então ao reparar ou instalar uma peça, o dono do carro deve sempre contar com a assistência de profissionais qualificados.
Encontre um bom mecânico
Talvez esta seja a tarefa mais complicada para quem precisa manter um carro sempre em dia. Encontrar um mecânico de confiança requer bastante cuidado e a procura pode ser demorada.
Busque sempre profissionais renomados com a ajuda de amigos e também utilize outras referências como fóruns de clubes de carros ou redes sociais.
Caso o seu veículo tenha garantia de fábrica, utilize inicialmente os serviços das concessionárias, para depois buscar um profissional qualificado para atender suas necessidades.
Assim, você garantirá sempre o melhor atendimento e cuidados com o seu carro. Quando chegar o momento de repassá-lo para outra pessoa, a depreciação do veículo ficará bem abaixo do esperado.
O fato de que somente uma pessoa tenha cuidado das manutenções traz mais confiança ao novo dono já que ele saberá, como você, dos vícios que o seu carro possui.
O importante é que o veículo esteja sempre em dia para melhorar a sua segurança e também a segurança das pessoas que andam com você no dia a dia.
É possível evitar a depreciação?
Cuidar bem do seu carro não significa apenas garantir o conforto dos ocupantes, mas pensar que ele pode significar a oportunidade de fazer um ótimo negócio no futuro.
Porém, muitas vezes o proprietário não se dá conta de que pequenas atitudes podem ser adotadas no dia a dia para estender a vida útil do carro e diminuir a depreciação.
Como foi dito ao longo deste conteúdo, por meio de passos simples, cumpridos periodicamente, é possível garantir maior durabilidade e diminuir a desvalorização de um automóvel.
Com a rotina corrida e a necessidade de muitas pessoas em utilizar os carros diariamente, nem sempre é possível dar atenção à manutenção preventiva.
No entanto, por conta dessa necessidade, é importante que ela seja feita no mínimo uma vez por ano. A observação e conservação do veículo são fundamentais para diminuir a desvalorização e, consequentemente, a depreciação de veículos.
Por mais que o valor de tabela caia a cada ano é possível reverter a depreciação de um carro quando ele está bem conservado, com peças de confiança e também com o mínimo de vícios e desgastes.
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Fonte: Nakata