Comercializadas no Brasil desde a década de 50, as picapes deixaram de ser apenas veículos utilitários e, atualmente, muitas pessoas têm optado por esses automóveis. Contudo, é preciso ter uma atenção especial às manutenções e revisões, pois, se elas forem ignoradas, os gastos podem subir bastante.
Neste guia, vamos mostrar um pouco da história das picapes no Brasil, como elas são classificadas, como fazer a manutenção e quais itens merecem atenção especial, além de várias outras informações. Continue com a gente e não perca!
Embora as picapes já fossem realidade no mundo desde meados de 1917, somente nos anos 50 é que elas começaram a ser produzidas no Brasil. As primeiras montadoras a trazerem esse automóvel foram a Ford, Chevrolet, Willys e Dodge. Dois modelos que fizeram muito sucesso e até hoje são bastante apreciados são Ford F1000 e Chevrolet D20.
Atualmente, a briga entre as montadoras aumentou e Ford e Chevrolet ganharam algumas concorrentes de peso, como a Fiat, Volkswagen, Toyota, Nissan e Mitsubishi. Vários modelos foram aparecendo, com diversos tamanhos, capacidade de carga e, claro, com motores melhores e mais eficientes.
Com cada vez mais modelos tão diferentes no mercado, era necessário que fosse criada uma classificação, que facilitasse a vida do consumidor. Atualmente, as picapes costumam ser divididas em três categorias e algumas subcategorias. O que as diferencia são os seus tamanhos e capacidade de carga.
As picapes leves são modelos menores e, normalmente, têm um aspecto semelhante a outros veículos das montadoras, como a Volkswagen Saveiro, que traz muitas características do Gol. Além das versões mais compactas, essa categoria também abrange as intermediárias, que são um pouco maiores e mais potentes — como a Fiat Toro.
Tanto as compactas quanto as intermediárias são muito usadas para transporte de cargas em ambiente urbano, visto que elas costumam ser mais baratas — tanto em relação ao valor de compra quanto à manutenção —, melhores quanto ao consumo de combustível e mais ágeis no trânsito pesado das grandes metrópoles.
Em relação à capacidade de carga, elas costumam permitir o transporte de até uma tonelada, trazendo também uma caçamba respeitável — normalmente entre 600 e 1200 litros. Quanto à motorização, boa parte dos modelos são equipados com propulsores Flex 1.6 ou 1.8. Algumas — como a Fiat Toro — também têm versões a diesel.
As picapes médias são maiores em relação às leves, trazem uma capacidade de carga mais elevada e, normalmente, vêm equipadas com muita tecnologia de ponta e motores bem potentes. Os melhores exemplos são a Toyota Hilux e Chevrolet S10, muito apreciadas por quem precisa de carros que aguentem os desafios das estradas e trilhas rurais.
Quase todos os modelos podem vir com cabines duplas ou estendidas, que aumentam a capacidade de carga ou o número de passageiros que podem ser transportados. Quanto à parte mecânica, essas picapes são bem robustas e preparadas para superar os terrenos mais difíceis.
Algumas vêm equipadas com motores a diesel e tração nas quatro rodas, além de um conjunto de suspensão e direção bem resistentes. Essas picapes também costumam ser bem altas em relação ao solo e, embora afete um pouco a estabilidade, isso se mostra perfeito para terrenos com desníveis e buracos.
Embora vejamos alguns modelos circulando pelas ruas brasileiras — como a F250 e Silverado —, elas não são mais fabricadas em território nacional. Também conhecidas como picapes Full Size, elas são muito populares nos Estados Unidos, mas, por aqui, principalmente pelo seu alto custo, perderam força.
A montadora chinesa Effa até tentou produzir no ano de 2011 o modelo Effa Plutus — que é uma cópia irregular da Silverado americana —, mas a picape acabou não emplacando e decepcionou. Atualmente, somente a Dodge Ram 2500 é comercializada no Brasil, mas também é trazida de fora. Outros modelos somente são trazidos por importadoras independentes.
Embora as montadoras dividam o segmento de picapes em vários setores, a legislação brasileira reconhece apenas duas categorias, caminhonete e caminhoneta, ou, como também são chamadas, camionete e camioneta. Mas, afinal, por que é importante saber disso?
As caminhonetes transportam até três pessoas mais a carga e, somados os pesos do veículo e do material transportado, o resultado não pode ser superior a 3500 quilos. Automóveis com mais de quatro passageiros, ou que podem levar mais peso, entram na categoria mista e são considerados caminhoneta.
A grande diferença está em relação à categoria da CNH. Para dirigir caminhonetas, é necessário ter habilitação C, pois o veículo passa a ser considerado um caminhão. As picapes de cabine dupla e grandes utilitários — como a Chevrolet Blazer e Mitsubishi Pajero — são exemplos.
Há pouco mais de cinco anos, Toyota Hilux e Chevrolet S10 não eram incomodadas na liderança de vendas, sempre alternando o topo entre as duas. Porém, o mercado evoluiu, novos modelos chegaram e as duas passaram a ter fortes concorrentes. No primeiro semestre de 2018, por exemplo, a campeã foi a picape compacta Fiat Strada, com mais de 35 mil unidades emplacadas.
A Fiat também está em segundo lugar com a Toro e, em terceiro, ficou a Volkswagen Saveiro, com cerca de 22 mil unidades emplacadas. Entre as picapes médias, a liderança é da Toyota Hilux, com 17.442 vendas. A Chevrolet S10, após muito tempo na liderança, caiu para a segunda posição entre as médias e sexta no ranking geral, com 15.486 emplacamentos.
Além do tamanho, as picapes trazem algumas peças que não costumam estar presentes em veículos tradicionais ou são um pouco diferentes. É o caso do eixo cardan que, embora seja encontrado em automóveis com tração traseira e motor dianteiro, nesses modelos, ele costuma ser mais robusto.
A coroa e o pinhão são engrenagens que fazem parte do sistema de transmissão de um veículo. Ficam localizados no diferencial e, trabalhando em conjunto, essas peças controlam a potência e a velocidade que é transferida para as rodas do automóvel. Por receberem forças intensas, esses componentes costumam sofrer bastante desgaste.
Muitos motoristas experientes alteram a relação entre os dentes dessas engrenagens. Isso modifica o comportamento do carro e, por conta disso, ele pode ter mais força e menor velocidade — ou o contrário, dependendo de como a alteração for feita. É preciso tomar cuidado com esse tipo de ajuste, pois, se feito incorretamente, pode prejudicar o motor e os demais componentes da transmissão.
O eixo cardan é um componente usado principalmente em veículos com tração traseira, cuja função é conectar a caixa de câmbio ao diferencial. Ele tem o aspecto de um tubo metálico e, em suas pontas, ficam os flanges de acoplamento ou terminal, que são usadas para fazer a conexão. Essa peça normalmente é dividida em duas partes, sendo conhecidas como:
O semieixo é uma barra maciça e, sua função é transferir a força vinda do diferencial para as rodas do automóvel. Na dianteira, são usados eixos com juntas articuladas, chamadas de homocinéticas e, na traseira, eles são rígidos. Principalmente em picapes que trafegam por terrenos muito irregulares, esses componentes costumam ser muito afetados.
Em uma picape, os amortecedores têm a mesma função que em um carro convencional, que é absorver parte dos impactos causados pelas irregularidades do terreno. Porém, como as picapes muitas vezes são submetidas a condições mais extremas, esses componentes precisam ser robustos e suportar muita carga.
O mesmo ocorre com os pneus. Eles devem suportar o peso de um veículo maior e a carga transportada. Por isso, principalmente nas picapes médias, são maiores e mais largos. Além disso, a banda de rodagem é desenhada para garantir mais tração, mesmo quando em terrenos lamacentos.
O Santo Antônio é uma proteção para a cabine em caso de capotamentos. Picapes têm um centro de gravidade mais alto e isso afeta a estabilidade. Esse componente nada mais é que uma tubulação que reforça a estrutura do carro. Além de ser bastante eficiente, ele deixa o automóvel com um aspecto mais esportivo.
Já os para-choques de impulsão — ou “quebra-mato“ —, servem para proteger a dianteira do veículo de pequenos impactos e detritos que possam vir a colidir. Principalmente no campo, é comum se deparar com pedras, troncos e até mesmo animais mortos no meio da pista. Sem essa proteção, mesmo em velocidades mais baixas, pode ocorrer um dano.
O protetor de caçamba, embora não seja essencial, é importante para proteger as cargas e a própria lataria do carro. Por mais que esses automóveis sejam preparados, o acúmulo de água e areia em alguns locais pode acelerar o processo de deterioração e a corrosão da carroceria.
Os estribos são barras ou tubulações metálicas que servem para auxiliar o acesso dos passageiros ao interior do veículo. Em picapes menores, eles são mais estéticos, mas, nas médias e grandes, devido à sua maior altura em relação ao solo, eles são muito importantes e devem ser resistentes.
A manutenção das picapes deve sempre ser feita por profissionais qualificados e as revisões devem obedecer as recomendações da montadora do veículo.
A lubrificação dos componentes da transmissão é muito importante em um veículo e, nas picapes, essa preocupação tem de ser ainda maior. Lembra-se de quando falamos sobre a coroa e o pinhão? A troca do óleo do diferencial deve ser feita de acordo com o manual de manutenção do automóvel ou imediata após trafegar por regiões alagadas, onde pode ocorrer a contaminação do lubrificante por água.
As molas e amortecedores também devem ser revisados. Aproveite e verifique componentes como a bandeja de suspensão, freios e eixo cardan. Nesse eixo, lubrifique as cruzetas, luvas e ponteiras com a graxa especificada e, independentemente do prazo, fique atento a ruídos agudos em curvas ou em frenagens, além de batidas na suspensão.
É essencial fazer revisões constantes nas picapes e jamais descuidar da manutenção — dependendo do modelo e da marca escolhida, os custos podem variar bastante. Por isso, é bom ficar atento, caso contrário, um pequeno desgaste em uma peça pode virar um problemão.
Como você viu anteriormente, as picapes leves costumam ter a manutenção mais barata em relação às médias e grandes, uma vez que são menores e não trazem tanta tecnologia embarcada. Além disso, muitas das peças desses modelos são compartilhadas com os automóveis convencionais das montadoras, o que acaba reduzindo os custos de produção.
Tanto o custo de compra quanto o de manutenção das picapes a diesel, costumam ser maiores quando comparados às versões a gasolina ou Flex, ainda que sejam do mesmo modelo. Um ponto positivo é que elas quebram menos e isso acaba reduzindo a diferença e ainda melhora um pouco essa relação.
Dependendo da forma como você dirige e cuida do seu carro, os desgastes acabam sendo maiores e, isso aumenta os gastos com manutenção, independentemente do modelo. Por isso, é bom deixar de lado alguns hábitos e adotar outros, evitando, assim, despesas desnecessárias.
Um erro que muitos motoristas cometem é controlar a potência transferida às rodas por meio da embreagem, principalmente em aclives. Em veículos convencionais, essa prática já é bem ruim e, em picapes, o resultado é pior ainda, principalmente se elas estiverem carregadas.
Isso sobreaquece o disco de embreagem, o que pode causar vários problemas. O principal deles é o empenamento dessa peça ou do platô. O reparo desses componentes não é barato e, em muitos casos, o desgaste em um deles acaba danificando outros aspectos do veículo.
Por mais que as picapes sejam robustas e projetadas para enfrentar os terrenos mais difíceis, elas têm um limite e, abusar disso ou usá-las constantemente de forma muito agressiva, são ações que podem levar a quebras inesperadas e precoces. Os componentes que mais sofrem com solavancos e trancos durante a saída são o eixo cardan e o semieixo.
Ao passar em um buraco ou desnível, diminua a velocidade, afinal, além de evitar a quebra das peças, você reduz a possibilidade de acidentes. Também é muito importante iniciar o movimento do carro e trocar de marcha suavemente. Os coxins do amortecedor e do motor também são bem prejudicados por causa de trancos e aceleradas muito bruscas.
Revisar os pneus é uma prática importante em qualquer carro e, principalmente em picapes com tração nas quatro rodas, a verificação deve ser feita constantemente. Carros com tração integral costumam gastar mais pneu e, quando em pisos de asfalto ou muito abrasivos como o concreto, isso piora.
Os impactos com buracos também podem ser considerados problemas, já que costumam ser frequentes em estradas mais afastadas. Isso pode deformar os pneus e, dependendo da carga que você tiver que transportar, eles podem não aguentar e estourar.
Esteja atento à calibragem e nunca use uma pressão fora da recomendada pelo fabricante. O ideal é que se faça uma verificação a cada abastecimento do veículo.
Picapes são carros feitos basicamente para transportar cargas e, se ela for pesada demais, você vai forçar vários componentes, podendo levar a problemas na suspensão, além de acelerar o desgaste e, por consequência, a troca dos amortecedores, que não costumam ser muito baratos nesse tipo de veículo.
Trafegar acima do peso também pode causar um desequilíbrio no veículo, levar a perda de direção e até mesmo a capotagens. Consulte o manual do carro, verifique qual é o peso máximo que ele pode transportar e veja se os pneus estão de acordo com as especificações.
Se você está pensando em comprar ou trocar de picape, independentemente de ela ser leve, média ou grande, deve ficar atento a alguns detalhes muito importantes para não ter arrependimentos futuros. Existem muitas questões relacionadas ao custo de manutenção, compra e até mesmo a categoria da carteira de habilitação.
Sempre que você for trocar ou comprar um carro, deve levar em consideração como vai usá-lo e em quais ambientes — as picapes leves são mais indicadas para transporte em trecho urbano. Já as médias e grandes são recomendadas para áreas rurais, trilhas ou para quem precisa de muita capacidade de carga.
Também é muito importante ficar atento à quantidade de passageiros que você vai transportar. Existem várias picapes que estão disponíveis com a opção de cabine dupla e que podem transportar facilmente até seis passageiros. Mas lembre-se de que, para dirigir esses modelos, é preciso que você tenha habilitação na categoria C.
Outro fator muito importante é o tipo de combustível que a picape vai usar. Motores a diesel são recomendados para quem costuma trafegar bastante e precisa de veículos com muita força. Versões a gasolina ou Flex são melhores para quem roda pouco e mais em ambiente urbano.
Quanto ao motor, é bom lembrar que a potência está diretamente ligada ao consumo de combustível e preço de compra. Se você não costuma andar por regiões de serra, opte por versões 1.6 e até 1.8 para picapes leves e, quanto às médias e grandes, faça uma pesquisa e compare o desempenho dos vários modelos disponíveis, pois existem muitas diferenças.
Você já sabe que exceder o peso máximo suportado pelo veículo não é uma boa ideia e pode te trazer problemas. Por isso, antes de comprar uma picape, é muito importante que você pesquise bastante e veja qual modelo atende bem às suas necessidades. Utilitários com tamanhos semelhantes podem ter uma grande diferença em relação à capacidade máxima de carga.
Também é necessário considerar o tamanho da caçamba e o espaço interno. Pode ser que você não transporte cargas muito pesadas, mas que elas sejam em grande quantidade. Nesse caso, quanto mais, melhor. Procure por modelos mais amplos, como as versões com cabine ou carroceria estendida.
Não são todas as seguradoras que estendem seus serviços a picapes, principalmente os modelos a diesel. Outro fato é que, independentemente do tipo de automóvel, por serem considerados veículos de trabalho e terem um risco maior de furtos e acidentes, o valor do seguro é mais caro e varia muito entre os diversos modelos vendidos.
Também é bom ficar atento à estabilidade desses veículos. As versões mais compactas não têm muitos problemas quanto a isso. No entanto, quanto às intermediárias e médias, procure por modelos que tenham controle de estabilidade, principalmente se você costuma pegar estrada.
Procure o máximo de informações sobre o veículo, consulte o histórico de manutenções e leve o carro para uma inspeção em uma oficina de sua confiança. Embora muitas pessoas tenham esses tipos de veículos, as picapes são usadas, em grande parte, para trabalho e, em alguns casos, para transportar materiais sujos e até corrosivos.
Isso quer dizer que elas costumam ser utilizadas em condições mais extremas, rodam bastante e, dependendo do proprietário anterior, a manutenção pode não estar em dia. Verifique se não existem sinais de acidentes, corrosão na caçamba e carroceria e sempre confira se toda a documentação está em ordem.
Picapes são carros muito bons, enfrentam desafios que a maioria dos veículos não consegue e trazem muito conforto e espaço. Mas, como você viu ao longo deste conteúdo, a manutenção pode ser mais cara quando comparada à de automóveis mais modestos. Siga as orientações do nosso guia e evite problemas.
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Fonte: Nakata
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