O sistema de suspensão de um veículo, à primeira vista, pode parecer algo bem simples. Quando se fala de suspensão automotiva, muitos motoristas trazem à cabeça apenas os amortecedores e molas. Mas, na verdade, a suspensão de carro é muito mais do que isso — ela é composta por muitos componentes e tem influência sobre o comportamento do veículo em diversos aspectos.
Além disso, existem vários tipos de suspensão, pois eles são pensados e desenvolvidos para cada tipo de carro (levando em conta seu custo final, sua aplicação, dentre outros fatores). É importante que o proprietário do veículo tenha um entendimento básico desse sistema e dos diversos componentes da suspensão, a fim de saber como proceder na manutenção e como detectar problemas. Então, para aprender o que é suspensão, acompanhe este post!
O sistema de suspensão é um conjunto de componentes que atua em tempo integral ligando o chassi às rodas e garantindo que as rodas do veículo sempre estejam em contato com o solo, que os impactos sofridos pela roda sejam absorvidos, que os ocupantes do carro tenham conforto ao rodar por diversas estradas e que haja estabilidade nas curvas.
Esse sistema é composto por diversos elementos flexíveis, sendo que os principais e mais conhecidos são os amortecedores, molas, bandejas e barra estabilizadora. Todos eles atuam em conjunto para realizar o mesmo objetivo — que é, basicamente, promover conforto aos passageiros e dar estabilidade e segurança ao veículo.
O mundo automotivo se encontra em estado de evolução contínua, com a constante fabricação de novos motores e modelos de veículos. Em relação à suspensão, não é diferente. Ela também faz parte desse cenário de mudança e é por isso que existem diversos tipos de suspensão atualmente no mercado.
Cada projeto de veículo necessita de uma suspensão específica, seja por motivos de desempenho ou de custos. A indústria faz isso para garantir a entrega dos melhores modelos em relação à segurança e ao custo-benefício, tornando-se mais competitivas no mercado automobilístico.
Dependendo das especificações do modelo produzido, um mesmo carro pode ter a suspensão traseira diferente da suspensão dianteira. Vamos entender um pouco melhor esse cenário conhecendo alguns tipos de suspensão:
Esse é um tipo diferente do tradicional modelo de suspensão passiva, que reage às imperfeições do solo por meio de parâmetros fixos que são calculados visando o melhor desempenho do carro. A suspensão ativa é composta por sensores que coletam dados da pista e enviam para os atuadores para que eles ajam de acordo com as imperfeições detectadas.
Com esse mecanismo de funcionamento, é possível adiantar a resposta da suspensão às possíveis imperfeições do solo por meio de parâmetros variáveis de reação. O nome “ativa” se deve ao fato de que a tecnologia permite que essa suspensão antecipe as irregularidades. Atualmente, apenas carros muito específicos saem de fábrica com esse sistema.
A suspensão de eixo rígido é um tipo mais simples e utilizado em maior escala antigamente. Ela possui uma barra que liga as duas rodas e é fixada no chassi. A barra que liga as rodas é muito resistente, o que deixa essa suspensão pesada.
Atualmente, esse tipo de suspensão é mais utilizado em carros off road e modelos militares. A maior parte de veículos de passeio sai de fábrica com sistemas de suspensão independente, que apresentam comportamento mais dinâmico.
Essa suspensão foi idealizada por Earle Steele MacPherson na década de 40. O primeiro carro a utilizar esse tipo foi o Ford Vedette. A suspensão MacPherson é largamente utilizada na indústria automotiva e, embora ela possa ser instalada tanto no eixo dianteiro como no traseiro, é mais comum encontrá-la apenas na dianteira dos veículos.
Esse é um dos tipos de suspensão independente. Sua construção é bem simplificada e, como emprega poucas peças, ela é um sistema mais leve. Além disso, seu tamanho reduzido permite que sobre espaço para instalação de motores maiores.
O sistema é composto basicamente por mola, braço oscilante, amortecedor e manga de eixo (onde se fixa as pinças de freio). A parte superior da mola se apoia no chassi do veículo, a parte inferior no prato do amortecedor e a base do amortecedor se conecta a manga de eixo, que, por sua vez, se liga ao braço oscilante — responsável por ligar a parte inferior da suspensão ao chassi.
A suspensão conhecida como triângulo duplo ou duplo A é outro tipo de suspensão independente. Ela possui dois braços em forma de “V” (um superior e um inferior) que se assemelham a um triângulo. Por ser muito rígida, ela é mais utilizada em carros esportivos, para melhor controle da estabilidade. Seu ponto fraco é a complexidade, pois sua construção envolve muitas peças, além de necessitar de muito espaço para instalação.
Esse é mais um tipo de suspensão independente. A multilink é inspirada na suspensão triângulo duplo, mas tem uma construção mais avançada. Em vez de dois braços, ela faz uso de três ou mais braços, que são mais espaçados entre si e promovem mais liberdade de movimento.
O número de braços permite controlar o movimento em múltiplas direções, mantendo as rodas sempre em contato com o solo. Essa suspensão é geralmente utilizada em carros de muita potência, com tração dianteira ou traseira.
No mundo automotivo, também existe uma cultura de modificação de suspensão, seja por gosto ou por necessidade. O importante é sempre se manter dentro da lei e não alterar demais as características do carro. Caso as alterações sejam realizadas, é importante procurar um mecânico de confiança e utilizar peças adequadas. Entre as modificações, há diversos tipos:
No meio de modificação de suspensões, essa é a mais procurada quando se trata de rebaixar o carro. Ela é composta por amortecedores pressurizados com mais carga, além de molas em tamanho menor, podendo diminuir a altura da carroceria do carro em relação às rodas.
É importante ressaltar que esse tipo de suspensão deve ser adquirido de fornecedores confiáveis. E nunca se deve cortar as molas com o intuito de se rebaixar um carro, pois isso afeta diretamente a segurança e o comportamento dinâmico do veículo, podendo causar acidentes.
Essa suspensão é bem similar à suspensão fixa utilizada para rebaixar os veículos. A diferença é que ela possui um prato regulável no amortecedor, que se assemelha a uma porca girando em um parafuso.
Movimentando esse prato móvel, é possível subir ou descer a carroceria do veículo. O único inconveniente é que toda vez que você mexer na altura do carro, rosqueando para baixo ou para cima, deve ser feito um novo alinhamento.
Nessa suspensão, os amortecedores convencionais são substituídos por bolsas de ar. Um sistema de mangueiras é responsável por enviar o ar comprimido para essas bolsas. Assim, a altura do veículo pode ser regulada a qualquer hora, em alguns casos via controle remoto, mesmo que ele esteja em movimento. Dentre as modificações da suspensão, essa é a mais cara.
Além de desejo por modificação, a suspensão também é alterada por necessidade. É o caso dos donos de veículos que optam por um kit de gás natural em seus carros. Como o cilindro de GNV adiciona mais de 100 kg ao veículo, é necessário fazer a troca das molas traseiras por modelos mais resistentes, para que a segurança dos motoristas e passageiros não seja comprometida.
Apesar de existirem vários tipos de sistema de suspensão, há componentes comuns entre eles, variando a forma das peças e a quantidade envolvida no projeto. Veja a seguir as peças de suspensão que equipam o seu carro:
Sim, indiretamente os pneus fazem parte do sistema de suspensão. Considerando o conceito geral de suspensão, que é manter as rodas em contato com o solo e dar conforto aos passageiros, é importante pensar nas condições do pneu.
Dependendo do seu perfil, ele pode deixar o carro mais macio ou mais duro, além de interferir diretamente na condução e estabilidade do veículo. O pneu é constituído principalmente de borracha e parte de sua função é absorver os impactos do solo, ajudando no trabalho dos amortecedores e das molas.
O amortecedor é um dos principais componentes da suspensão. Desenvolvido nos anos 30, tem o objetivo de atuar em conjunto com as molas para absorver os impactos recebidos pelo veículo ao trafegar pelas ruas.
A ação do amortecedor é diminuir o tempo de oscilação da mola, controlando seu movimento. Sem ele, o carro ficaria oscilando continuamente enquanto estivesse em circulação. Por isso, manter as boas condições desse componente é fundamental para o conforto no veículo. Fique atento aos sinais de desgaste do amortecedor.
Na suspensão, a mola pode ser de dois tipos: feixe de mola ou helicoidal. Ela é feita de aço e é muito flexível. Sua função, assim como o amortecedor, é absorver as irregularidades do solo e proporcionar conforto. Além disso, as molas têm outra função: a de sustentar o peso do veículo e manter a carroceria distante das rodas, para que os pneus não raspem na caixa de roda.
Algumas peças possuem diferentes nomes dependendo da região do país — o braço oscilante, por exemplo, também pode ser chamado de bandeja da suspensão. Ele é responsável por ligar a coluna (onde se encontram o amortecedor, a mola e outras peças) ao chassi do veículo. Ele é o ponto de apoio inferior para a suspensão executar seu movimento oscilatório de subida e descida.
As buchas são responsáveis por impedir o atrito de ferro com ferro. Além disso, elas permitem que o braço oscilante realize seu movimento sem gerar ruído. Por ser um componente de borracha, é comum o seu desgaste, principalmente se o motor tiver algum vazamento de óleo que passe por elas.
O pivô, que também é conhecido pelo nome de junta esférica, é responsável por fazer com que a coluna da suspensão gire em seu próprio eixo, permitindo que a caixa de direção empurre as rodas e execute as manobras de direção.
O defeito mais comum do pivô é a folga, que pode ser identificada no alinhamento. Nesse caso, é preciso realizar a substituição, pois um pivô com folga não deixa o carro segurar o alinhamento por muito tempo.
O coxim do amortecedor é uma peça de metal revestida por uma borracha. Sua função é fixar o amortecedor no monobloco. É ele que recebe os impactos do amortecedor, além de permitir que a coluna da suspensão rotacione com o movimento do volante. Por ser envolvido em borracha, o coxim passa por desgastes e pode produzir barulhos ao passar em buracos.
A barra estabilizadora liga as duas colunas de suspensão, permitindo uma maior estabilidade ao carro, além de transferir igualmente a força entre as rodas. Essa barra é fixada na carroceria com o auxílio de buchas e as colunas são ligadas a ela por meio de bieletas.
Partindo do conceito de que a suspensão tem por finalidade dar conforto aos ocupantes e garantir a estabilidade do veículo em manobras e frenagens, o funcionamento dela é exigido desde o momento da instalação do sistema no carro.
Ou seja, durante a instalação, o sistema de suspensão já realiza o trabalho de suportar o peso da carroceria do veículo, além de manter uma distância pré-estabelecida entre o chassi e as rodas. Já em movimento, a suspensão mantém todas as rodas em contato com o solo, com a ajuda das molas e dos amortecedores.
Esses componentes regulam toda a ação da suspensão. Ao passar por um buraco, por exemplo, a mola se estica e se comprime. O amortecedor controla esse movimento, atuando na oscilação da mola. Em conjunto, essas duas peças dissipam a perturbação gerada pelo buraco, com a ajuda também do pneu.
Quando o carro entra em uma curva ou realiza manobras, a mola exerce uma força contra a carroceria, fazendo com que ela não incline muito. Por consequência, o veículo não derrapa nem sai pela tangente devido ao excesso de peso em um só lado. Para auxiliar nas curvas, também há ação da barra estabilizadora, que liga as duas colunas da suspensão e transmite a força igualmente para os dois lados.
Já nas frenagens, o sistema de suspensão atua equilibrando a força por toda a carroceria. Isso evita um efeito gangorra, o que prejudicaria a ação e faria com que o veículo levasse mais tempo para frear em uma situação de emergência.
Quando um veículo apresenta problemas no sistema de suspensão, pode haver vários indícios que apontam isso. Alguns pequenos desgastes só são percebidos quando se tenta alinhar o veículo, mas pode acontecer também o descontrole quando você está conduzindo o carro — ele pode não obedecer aos comandos do volante, além de trepidar muito quando passa em uma lombada.
Um dos primeiros indícios a ficar atento é o desgaste irregular ou precoce dos pneus. Se seu sistema de suspensão está gasto, com amortecedores estourados ou pivôs com folga, o pneu do carro sofre, pois o amortecedor não consegue deixar as rodas sempre em contato com o chão ou o pivô com folga desfaz o alinhamento, por exemplo.
Outro sinal é perceber marcas de óleo no chão. Pode estar ocorrendo vazamento nos amortecedores. Para não confundir com outros vazamentos, é importante levar em uma oficina e pedir uma avaliação. Se essas manchas aparecerem junto com sinais de alteração na suspensão, as chances do problema ser no amortecedor são maiores.
Os ruídos também podem acusar danos na suspensão. Se você escutar rangidos ou pancadas secas na carroceria do carro quando estiver trafegando por ruas esburacadas ou de paralelepípedo, procure um mecânico. Sua suspensão pode estar precisando de reparos.
Por fim, fique de olho também em movimentos excessivos da carroceria ao passar em lombadas e no aumento da distância de frenagem. Esses são sinais de uma suspensão ruim.
Assim como as demais peças de um carro, o sistema de suspensão também necessita de manutenção preventiva. Alguns itens podem ser verificados em quilometragens específicas, enquanto outros apresentam desgaste variado, de acordo com o modo de condução e estrada que o veículo trafega.
O primeiro passo para conservar o sistema de suspensão é sempre manter o seu carro alinhado. O alinhamento deve ser feito a cada 10 mil km e é bom para manter os pneus conservados como ajuda no sistema de suspensão e direção. Com o carro alinhado, as rodas não puxam e você não tem que corrigir toda hora a trajetória do carro. Assim, o sistema de suspensão não é sobrecarregado e as peças não sofrem desgaste prematuro.
Além disso, ao realizar o alinhamento, o profissional faz a inspeção das rodas, procurando por folgas. Nesse procedimento, é possível identificar a necessidade de substituição de pivô e bucha de bandeja, por exemplo, pois não dá para realizar um bom alinhamento com folga nesses componentes.
Um cuidado importante: ao lavar o assoalho do seu carro depois de rodar em estradas de terra e, evite pulverizar o sistema de suspensão. Nesse tipo de lavagem, são usados produtos químicos que podem agredir partes de borrachas, como as buchas. Evite também limpar com derivados de petróleo — esses componentes ressecam a borracha e podem danificar as buchas e as coifas.
Como o desgaste da suspensão depende muito do tipo de uso que o carro tem (como carregar peso, rodar com muitos passageiros, realizar arrancadas e freadas bruscas, etc), é indicado que o sistema de suspensão seja verificado periodicamente por quilometragem. Assim, é possível detectar a necessidade de substituição de peças a tempo de evitar o desgaste de outros componentes.
A verificação da suspensão deve ser feita a cada 10 mil quilômetros. Essa periodicidade permite que se percebam defeitos ainda no início para realizar a troca preventivamente. Deve ser analisado se a direção está com folga, o que indica uma possível substituição dos terminais de direção.
Além disso, deve ser visto se existe vazamento de óleo do amortecedor e se ele está funcionando normalmente. No caso das molas, é possível identificar desgastes ou trincas. Com relação às partes de borracha, deve-se procurar por desgastes nas buchas da bandeja ou no coxim.
O melhor indicador de problemas na suspensão é você mesmo. Fique atento a barulhos e alterações no conforto e no modo de conduzir o seu veículo. Conhecê-lo bem é importante. E para manter a suspensão do seu carro sempre em boas condições, adquira alguns hábitos simples: evite trafegar por estradas esburacadas, passe devagar pelos buracos que não conseguir evitar e não exceda a carga útil do veículo.
Por fim, mantenha sempre o seu carro com as revisões em dia. Isso faz com que todo o veículo seja conservado e evita que o desgaste de outras peças causem sobrecarga no sistema de suspensão. Para atingir a vida útil dos componentes, a manutenção preventiva é essencial.
O sistema de suspensão de um automóvel é bem complexo, mas agora você conhece todos os detalhes dele. A suspensão é muito importante, pois é o que permite que você tenha total controle sobre o carro e aproveite conforto ao trafegar. Por isso, é fundamental manter a manutenção preventiva desse componente em dia, pois uma pequena alteração em qualquer peça já influencia a segurança e o conforto do carro.
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Fonte: Nakata
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