Tudo que você precisa saber sobre a nova placa Mercosul no Brasil

Depois da carteira de motorista digital, o sistema de identificação dos veículos também passará por mudanças. Os carros brasileiros começarão a usar a nova placa Mercosul, que promete trazer mais segurança e eficiência na identificação de automóveis que trafegam em situação irregular.

Preparamos este post para tirar as suas principais dúvidas sobre o que vai mudar, quando isso acontecerá, qual o custo e muito mais. Continue com a gente e fique informado!

Por que a nova placa Mercosul foi criada e em quais locais ela já é usada?

Baseada nos mesmos moldes do sistema adotado pelos países pertencentes à União Europeia, a nova placa Mercosul foi criada para padronizar a identificação dos veículos do Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela.

Dessa forma, vai ser possível criar um banco de dados integrado, o que promete facilitar a fiscalização, principalmente no que diz respeito a veículos roubados que cruzam as fronteiras.

Atualmente, apenas Uruguai e Argentina utilizam o novo sistema de emplacamento. No Brasil, o primeiro Estado a implantar as novas placas é o Rio de Janeiro, que tem uma frota com mais de 4 milhões de automóveis, sendo a quarta maior do país. Porém, mesmo por lá, ela não é obrigatória e ainda é pouco vista.

Quais são as principais novidades em relação aos modelos antigos?

Quem já teve a oportunidade de visualizar as novas placas em veículos argentinos e uruguaios deve ter percebido que as mudanças são consideráveis. Basicamente, tudo está diferente — desde a cor do fundo, das letras, identificação da nacionalidade de origem do veículo e outras informações extras.

A nova placa Mercosul tem seis modelos, sendo que, assim como no sistema atual, cada um indica o tipo de uso ao qual o veículo se destina. Contudo, diferentemente do padrão em vigor, o que faz essa distinção não é mais a cor do fundo.

Mudança na cor de fundo

Ao ver um veículo com a placa vermelha e letras brancas, você já sabe que ele é usado para fins comerciais, ou seja, transporte remunerado. O mesmo ocorre com a famosa “chapa preta” — destinada a automóveis restaurados e de coleção. No novo modelo, a cor dos dígitos de identificação se altera de acordo com o tipo de veículo e o fundo sempre vai ser branco.

Porém, você não precisa se preocupar. A identificação é bem fácil e o padrão de cores adotado para os dígitos não foge muito do atual. O sistema de identificação funciona da seguinte forma:

  • placa com dígitos pretos — usada em carros particulares;
  • cinza — destinada a veículos antigos e de coleção;
  • vermelho — automóveis comerciais;
  • verde — veículos especiais, como carros de testes;
  • amarelo — automóveis de uso diplomático ou consular;
  • azul — veículos oficiais do governo.

Novo sistema de dígitos

Além das cores, outra alteração importante se dá no sistema de dígitos da nova placa Mercosul. Nos modelos atuais, são três letras seguidas de quatro números. A versão mais moderna segue o seguinte padrão — sendo “L” letras e “N” números:

  • LLL NL NN — para automóveis;
  • LLL NN LN — para motocicletas.

Na Argentina, o padrão é diferente — LL NNN LL —, sendo que essa é uma das poucas distinções em relação ao modelo brasileiro. Devido aos rodízios veiculares vigentes em muitas das capitais de nosso país, poderia haver certa confusão se o último dígito fosse uma letra, portanto, o sistema argentino acabou se mostrando inviável.

Chip, QR Code e marca d’água

Uma das maiores preocupações dos órgãos de trânsito em relação à identificação dos veículos é a facilidade com a qual uma placa é adulterada ou falsificada. No novo modelo, foram adotados vários recursos de segurança, que vão dificultar bastante essas práticas e auxiliar na fiscalização.

A nova placa Mercosul conta com uma marca d’água semelhante à encontrada nas cédulas de dinheiro. Além disso, ela já vem com o QR Code, que funciona como um código de barras e pode ser lido por muitos dispositivos que têm câmera, como os smartphones.

Dessa forma, usando o celular, é possível verificar imediatamente a situação do veículo, o que traz muitos benefícios em relação a roubos.

Outro item bem interessante é um chip eletrônico, semelhante aos que são usados nos pedágios e estacionamentos. Essa também será uma ferramenta muito importante para reduzir o furto de automóveis e, principalmente, para alertar as autoridades quando um veículo roubado cruzar os pontos de fiscalização — como fronteiras e postos policiais.

Fim do lacre e mesmas dimensões

Em relação ao tamanho das novas placas Mercosul, não houve mudanças — tanto para automóveis quanto para motocicletas. Esse é um fator muito importante, pois não será preciso fazer nenhuma modificação nos veículos quando os novos modelos começarem a ser usados.

Devido ao uso dos recursos de segurança, como o chip de identificação, QR Code e marca d’água, os novos modelos são considerados muitos seguros e difíceis de serem falsificados ou adulterados. Por esse motivo, não será mais necessário o lacre de proteção usado atualmente.

Identificação do país, município e estado de origem

As placas atuais trazem apenas as informações relacionadas à cidade e estado de origem do veículo. Nos modelos mais novos, também consta o país ao qual o automóvel pertence. Contudo, esses dados são mostrados de forma diferente do sistema atual. Existe uma faixa azul no topo da chapa com as bandeiras do Brasil e Mercosul.

Na parte branca, do lado direito dos dígitos de identificação, ficam localizadas as informações sobre o estado e o município do automóvel, bem como a bandeira e o brasão de cada um. Dessa forma, é muito mais simples e precisa a verificação da origem do veículo.

Quanto custa e quando a nova placa Mercosul vai ser adotada no Brasil?

Depois de conhecer um pouco mais sobre a nova placa Mercosul, você deve estar se perguntando quanto isso vai custar. De acordo com o presidente do Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN), o modelo vai ficar entre R$ 150,00 e R$ 200,00, dependendo da região.

É preciso ficar atento quanto a isso. Em muitas regiões, os modelos antigos chegam a custar até R$ 800,00 — muito acima do normal. Ainda de acordo com o DENATRAN, eles vão investigar os abusos e os culpados serão punidos. Se você se deparar com valores muito altos, denuncie.

Em relação à data em que o novo modelo estará disponível, tudo indica que, até o final de 2018, pelo menos em veículos novos, todos os estados passarão a usar o padrão Mercosul.

Sou obrigado a mudar a placa do meu carro?

Independentemente de quando a mudança será feita, não é preciso ficar preocupado com multas por usar a chapa antiga. Anteriormente, todos os veículos deveriam ter a nova placa Mercosul até 2023. Porém, essa regra foi mudada e apenas os automóveis novos e transferidos para outro dono terão essa obrigatoriedade.

Toda mudança gera alguns transtornos, mas, em relação à nova placa Mercosul, eles vão valer a pena, afinal, ela se mostra muito segura e mais completa que o modelo anterior. Esse é um grande passo para um trânsito mais organizado e seguro, inclusive nos países vizinhos ao nosso.

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Fonte: Nakata