Criado no fim do século XIX e presente nos veículos desde a década de 1950, o freio a disco foi uma grande evolução dos automóveis e permitiu frenagens mais seguras e confiáveis. As pastilhas de freio são componentes essenciais desse sistema e, por esse motivo, é preciso ficar atento aos sinais de desgaste.
Ao longo deste texto, você vai conhecer alguns tipos de pastilhas e seus materiais, entenderá como elas funcionam, quando é preciso e como fazer a troca, além de ver que cuidados devem ser tomados para evitar o seu desgaste prematuro. Continue com a gente!
As pastilhas de freio têm a função de gerar atrito para desacelerar e parar o veículo. Para isso, elas trabalham em conjunto com o disco de freio — que pode ser de material metálico ou até mesmo de carbono, além de outros materiais. Você se lembra dos freios de bicicleta? As pastilhas funcionam de forma semelhante à das sapatas de freio.
Na bicicleta, quando você puxa a alavanca de freio, as sapatas são forçadas contra a roda por meio de um sistema de cabos e a velocidade é reduzida até que ela pare totalmente. No veículo acontece algo bem parecido: quando o pedal de freio é pressionado, um sistema hidráulico empurra as pastilhas contra o disco, reduzindo a velocidade do automóvel.
Elas trabalham, geralmente, em pares e cada roda tem um dispositivo de frenagem. A grande maioria dos veículos usa o sistema de freio a disco na dianteira e a tambor na traseira, no qual as pastilhas são substituídas por lonas. A forma e o tamanho dessas pastilhas variam muito, dependendo, principalmente, do tipo de automóvel na qual elas serão instaladas.
Normalmente, veículos mais pesados — como picapes e SUVs — necessitam de pastilhas maiores, que tenham uma área de contato maior para conseguirem frear com mais eficiência. Contudo, não é apenas o tamanho e o formato que afetam o desempenho das pastilhas de freio.
É provável que você já tenha comprado pastilhas de freio para o seu carro e nunca tenha percebido que existem vários tipos, com diferentes compostos. Cada modelo de pastilha apresenta algumas vantagens e desvantagens e é indicado para diferentes situações e bolsos.
A principal diferença em relação aos tipos de compostos usados se dá pela durabilidade das pastilhas, que, em alguns modelos, é bem maior. Outro fator é a dissipação do calor gerado durante as frenagens, que influencia diretamente na eficiência do sistema de freio.
Vamos conhecer alguns modelos de pastilhas de freio e suas principais características? Então continue com a sua leitura!
Esse é o modelo mais barato encontrado no mercado. Há algum tempo, as pastilhas orgânicas eram feitas com amianto. Contudo, verificou-se que esse material era tóxico e ele foi proibido em diversos países. No Brasil, em 2017, após muitos anos de discussão e divergências entre os estados, foi proibida a fabricação e venda de produtos à base de amianto.
Porém, antes mesmo da proibição, diversos fabricantes pararam de usar o amianto na fabricação de suas pastilhas de freio. Um problema gerado pela retirada desse material foi um pouco de perda em resistência e dureza, aumentando o seu grau de desgaste. Por esse motivo, elas não são recomendadas para veículos mais pesados.
Além do menor preço, as pastilhas de freio orgânicas também são muito boas em relação a ruídos, sendo muito mais silenciosas que os outros modelos disponíveis no mercado. Se você possui um veículo mais leve elas são uma boa opção.
Essas pastilhas têm um desempenho superior quando comparadas ao modelo orgânico. Além disso, elas sofrem menos com desgastes, o que resulta em uma durabilidade bem maior. Elas são compostas por materiais bem mais rígidos — como latão, ferro ou alumínio.
O problema desse tipo de pastilha está no seu custo, que é maior se comparado com as pastilhas orgânicas. Porém, se você precisa de mais desempenho e maior confiabilidade no sistema de frenagem, elas são mais recomendadas.
As pastilhas semimetálicas são uma tentativa de reduzir o custo das versões metálicas, sem perder o bom desempenho que esse modelo apresenta. Elas são fabricadas com ligas de diversos materiais, como ferro, cobre, grafite e aço. Devido a sua boa dissipação de calor, elas sofrem pouco desgaste e são muito resistentes.
O problema é que as pastilhas semimetálicas tendem a desgastar mais os discos de freio, especialmente pela presença de limalha de aço em sua composição. Por esse motivo, é preciso ficar atento ao desgaste desse componente quando fizer a troca das pastilhas.
Essas são as pastilhas mais eficientes disponíveis no mercado. Elas são compostas de fibras cerâmicas, agentes de ligação e enchimentos não ferrosos. Elas são muito silenciosas e limpas, gerando menos pó conforme ocorre o desgaste. Além disso, são muito resistentes, sendo recomendadas, principalmente, em situações em que o freio será exigido constantemente.
Esse tipo de pastilha de freio é muito eficiente porque, devido a excelente dissipação de calor da cerâmica, ela não sofre perda de capacidade de frenagem quando a temperatura é elevada. Outro ponto importante é que, por não ter materiais metálicos em sua composição, ela desgasta menos os discos de freio do veículo.
Um ponto fraco é o seu custo, que é muito mais elevado quando comparado ao dos demais modelos apresentados. Outro fator que poucos levam em consideração é a adequação dos discos de freio a essas pastilhas. Para usar os modelos cerâmicos é preciso que os discos sejam compatíveis — e, em muitos casos, eles não são baratos.
Por esses motivos, as pastilhas de freio cerâmicas são mais usadas em veículos esportivos, em que o desempenho vem acima de tudo, inclusive do preço.
A principal razão para você sempre manter as pastilhas de freio funcionando corretamente está ligada a sua segurança ao dirigir. Elas são componentes que sofrem bastante com desgastes e, como são essenciais para o sistema de freio do veículo, caso venham a falhar, podem causar sérios acidentes e colocar a sua vida em risco.
Outra questão importante diz respeito aos custos de manutenção. O custo da troca das pastilhas de freio não costuma ser muito elevado. Porém, ao ignorar a manutenção necessária, outros componentes mais caros — como os discos de freio — serão prejudicados e, dependendo do grau de desgaste, precisarão ser substituídos.
Um serviço simples e barato pode virar uma dor de cabeça e trazer despesas inesperadas se você não prestar atenção ao desgaste das pastilhas de freio. Para que isso não aconteça, que tal conhecer alguns sinais que indicam possíveis falhas? Continue a leitura!
Saber interpretar os sinais de desgaste que o seu carro apresenta é muito importante para mantê-lo sempre em ordem, especialmente quando o assunto é sistema de freio e seus componentes. Como você viu no tópico anterior, ignorar esses sinais pode trazer prejuízo financeiro e causar acidentes.
Os sinais de desgaste nas pastilhas de freio são relativamente fáceis de serem detectados, mas, ao perceber qualquer um deles, não tente fazer reparos sozinho. Procure um especialista o quanto antes.
É preciso deixar bem claro que ruídos no sistema de freio nem sempre indicam problemas. Primeiramente, você tem que observar quando eles começaram e ficar atento também a outros sinais que indicam desgaste nas pastilhas de freio. Ao trocar as pastilhas, é comum que elas façam barulho por um tempo, ou seja, isso não quer dizer que exista um problema.
Lembra-se quando falamos sobre os diversos compostos das pastilhas de freio? Alguns modelos costumam apresentar ruídos logo após a instalação, mas, após algum tempo de uso, eles vão desaparecendo e se tornam imperceptíveis.
Porém, se não foi feita nenhuma manutenção recente nos freios do veículo e ele começar a fazer barulhos durante a frenagem — especialmente aquele ruído bem agudo de metais quando pressionados um contra o outro —, pode ser que exista desgaste no sistema de freio.
Um dos componentes responsáveis por esse comportamento são as pastilhas de freio. Quando muito desgastadas, elas começam a gerar um ruído bem irritante, causado pelo atrito do disco de freio com o metal presente no suporte das pastilhas. Mas você deve verificar se elas realmente são as responsáveis pelos ruídos antes de sair trocando as peças. Outros problemas causam sinais semelhantes, tais como:
Sabe aqueles problemas que começam bem pequenos e vão aumentando até que saiam do controle? Esse é um deles. Conforme o freio do veículo é usado, é normal que se perca desempenho, afinal, as peças sofrem desgaste. Quando essa perda for muito grande, não deixe, em hipótese alguma, de verificar todo o sistema de freio.
Quando desgastadas, as pastilhas de freio perdem eficiência e você consegue perceber isso facilmente. Ignorar esse sinal vai resultar em danos a outras peças do veículo; porém, assim como no caso dos ruídos, não saia trocando peças sem identificar corretamente o problema.
Além das pastilhas de freio, a perda de eficiência de frenagem pode ser causada por:
Você deve ficar atento ao momento em que a perda de eficiência ocorre. O calor excessivo causado pelo uso constante dos freios causa esse tipo de comportamento em determinados modelos de pastilhas, porém, não significa que existe uma falha. Agora, se a capacidade de frenagem estiver reduzida, mesmo em situações em que o freio não é muito exigido, é provável que exista desgaste.
Esse é um forte sinal de que as pastilhas de freio estão chegando ao seu limite de uso e devem ser trocadas. Sabe aquele pó preto que fica na roda? Ele é totalmente normal e até esperado. Porém, quando você percebe que o seu acúmulo está aumentando muito sem ter havido mudança no seu trajeto, é preciso verificar as pastilhas.
Uma boa parte desse pó preto vem do disco de freio. Isso ocorre porque ele normalmente é composto por ferro fundido, que contém uma grande quantidade de carbono em sua composição. O restante dessa fuligem vem do desgaste natural que ocorre nas pastilhas de freio.
Porém, se as pastilhas de freio forem cerâmicas, as chances de que elas estejam gastas são bem grandes. Esse modelo não costuma gerar esse pó, portanto, quando isso ocorre, significa que todo o material responsável por gerar o atrito já foi consumido e a troca tem que ser feita, antes que a eficiência do sistema de freio seja completamente afetada.
A durabilidade e, por consequência, o tempo de troca das pastilhas de freio, varia muito. Segundo Jair Silva, gerente de qualidade e serviços da Nakata, o tempo de troca depende de alguns fatores, como o ambiente em que o carro é usado, a forma como o motorista utiliza o sistema de freio, além do material de fabricação.
Em ambientes urbanos, nos quais se usa muito os freios — especialmente em congestionamentos —, existe um desgaste maior das pastilhas. Motoristas que costumam conduzir o veículo de forma mais agressiva, ou seja, freiam bruscamente com mais frequência, tendem a gerar um desgaste mais rápido.
O material de fabricação das pastilhas também influencia bastante no prazo de troca. Como você viu nos tópicos anteriores, os modelos orgânicos tendem a se desgastar mais rapidamente, diferente das versões cerâmicas, que tem uma durabilidade bem maior.
Muitos especialistas recomendam que se faça uma revisão no veículo entre 5 e 10 mil quilômetros rodados. Para automóveis que também têm freios a disco nas rodas traseiras, a verificação das pastilhas dessas rodas deve ser feita a cada 20 mil quilômetros rodados.
A primeira dica é ficar atento aos sinais de desgaste mencionados ao longo deste texto. Se você notar qualquer um deles, verifique as pastilhas, independentemente da quilometragem que você já rodou com elas e do tipo de composto utilizado.
Observe a espessura do material abrasivo. Qualquer valor abaixo de 2 mm significa que as pastilhas não estão mais em condições de uso e devem ser substituídas imediatamente. Peças de alguns fabricantes contam com uma marcação que indica quando o componente está gasto. Se não houver essa marcação, use uma régua ou um paquímetro.
Nos veículos mais modernos, não é preciso nem sujar as mãos: por meio de sensores, o próprio automóvel é capaz de identificar quando as pastilhas de freio não estão em bom estado. Quando o desgaste é constatado, uma luz indicativa é exibida no painel de instrumentos ou no computador de bordo do veículo. Em alguns casos, existe até um aviso sonoro para alertar o proprietário que a substituição precisa ser feita.
Logo após a troca das pastilhas de freio, é comum que você perceba uma queda de desempenho no sistema. Isso ocorre porque elas demoram um pouco para se adaptarem aos demais componentes do freio. Desgastes e imperfeições no disco de freio são os principais causadores desse desconforto.
Por esse motivo, os freios devem ser usados de forma moderada nos primeiros 500 quilômetros rodados. Se você forçar demais o sistema, além de arriscar quebrar algum componente, estará colocando a sua vida em risco, uma vez que a eficiência da frenagem estará comprometida.
Essa regra também deve ser seguida em veículos com freio a disco nas quatro rodas. Se você forçar demais após a troca das pastilhas traseiras, o freio dianteiro será sobrecarregado, o que vai causar um desgaste prematuro. Após o tempo de assentamento, caso o desconforto persista, é preciso procurar um especialista para verificar se não é necessária a retificação ou troca dos discos de freio.
Um erro que costuma acontecer é o instalador desgastar as pontas das pastilhas de freio para facilitar o assentamento dos componentes. Isso provoca o superaquecimento do sistema, o que, além de ser perigoso, vai reduzir a vida útil dessas pastilhas. Sempre procure por profissionais qualificados!
Como você deve ter percebido ao longo deste texto, o desgaste das pastilhas de freio e demais componentes desse sistema dependem não só do material de fabricação, mas, também, da forma como o condutor utiliza o veículo. Seguindo algumas dicas bem simples, você evita a redução da vida útil dessas peças e consegue economizar uns trocados. Confira, nos próximos tópicos, algumas maneiras de poupar os freios.
Um erro que vários motoristas cometem é usar muito os freios durante as descidas — seja para tentar economizar combustível ou por falta de experiência. Sempre que estiver em declives, mantenha o veículo engrenado e sempre use o freio motor. Ao forçar o sistema, você causa superaquecimento nas pastilhas e no disco, desgastando esses componentes de forma prematura.
Se você faz isso para poupar combustível, saiba que está colocando a sua vida em perigo e desgastando os freios por nada. Nos automóveis equipados com injeção eletrônica — que são a grande parte dos modelos rodando no Brasil — não existe economia ao descer ladeiras em ponto morto. Acontece, em muitos casos, exatamente o contrário.
Esses veículos têm um sistema chamado de cut-off, que percebe quando o automóvel está em uma ladeira e corta o combustível para economizar. Contudo, se ele não estiver engrenado, isso não vai ocorrer e a injeção eletrônica continuará alimentando o motor, gerando desperdício.
Outro hábito bem comum que traz desgaste prematuro às pastilhas de freio é a frenagem brusca. O sistema de freio automotivo foi feito para ser utilizado de forma suave e, quando necessário, para desacelerar o automóvel de forma mais rápida. Usá-lo sempre de forma agressiva, brecando com muita força e por seguidas vezes, pode danificar vários componentes e até causar a sua quebra.
Pise no pedal de forma suave e deixe o carro perder velocidade conforme ele se desloca. Se você perceber um semáforo vermelho a sua frente, não deixe para frear em cima da faixa de segurança. Além de poupar as pastilhas de freio, você pode até economizar um pouco de combustível.
Trafegar com o veículo muito pesado, além de elevar o consumo de combustível, sobrecarrega o sistema de freio — em especial, as pastilhas e o disco. Lembre-se de que esses componentes são responsáveis por desacelerar o veículo e já suportam forças significativas.
Aumentando o peso, essas forças serão ainda maiores e, na melhor das hipóteses, vão causar o desgaste prematuro das pastilhas de freio. Em casos mais extremos, o freio pode não conseguir suportar a carga exigida e falhar totalmente, o que pode causar sérios acidentes.
A melhor forma de manter o sistema de freio sempre em ordem — incluindo as pastilhas — é realizar as revisões programadas pelo fabricante e executar manutenções preventivas. Por meio delas é possível verificar os sinais de desgaste de vários componentes e resolver problemas antes de se tornarem maiores.
Dessa forma, você consegue evitar que outras partes do sistema de freio sejam prejudicadas por pequenos desgastes e se livra de um monte de dores de cabeça desnecessárias, além de gastos com peças que não precisariam ser trocadas se os problemas tivessem sido detectados de forma precoce.
Sempre faça revisões regulares nas pastilhas de freio e em todos os componentes desse sistema tão importante para a sua segurança. Ao menor sinal de problemas, procure por um profissional qualificado.
Gostou das informações? Agora que você já sabe como é importante manter as pastilhas de freio em ordem, que tal ler o nosso post sobre a manutenção veicular e se aprofundar um pouco mais no assunto? Esperamos você!
Fonte: Nakata
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